The Art of Helping - Conferência de Bert Hellinger
"Bert Hellinger: Bom dia!
Nos podemos começar com o trabalho. E de inicio gostaria de dizer algo sobre as
Ordens da Ajuda. Ou talvez, melhor dizendo, a arte da ajuda. Agora todas as
pessoas na verdade são capazes de ajudar outras pessoas. Você pode perceber
isto quando nós nos perdemos em nosso caminho, e perguntamos "Qual a rua
correta?", as pessoas se disponibilizam imediatamente para dizer-lhe. As
pessoas gostam de ajudar. E quando alguém esta em uma verdadeira necessidade e
pede ajuda. Nos gostamos de ajudar. Tanto quanto nos é possível. Agora a maior
ajuda de todas, é claro, a de nossos pais. Pais querem ajudar seus filhos. E
filhos, como regra, podem confiar totalmente à ajuda de seus pais. Quando
ajudamos a outros. Nos sentimos bem. Se ninguém precisa de nossa ajuda. Nos
sentimos solitários. Ajuda mutua nos conecta. Isto é a ajuda no dia a dia.
Agora quando quisermos ajudar de maneira profissional. Devemos nos portar
de outra maneira. E aqueles que não são profissionais, podem aprender muito, se
souberem acerca da boa ajuda profissional. A boa ajuda pressupõe que você respeita
a pessoa a qual deseja ajudar. E muito frequentemente, quando você tem uma
necessidade, e você a expressa, e as pessoas correm para lhe ajudar, você
sente-se incomodado, muito frequentemente. Pois elas não estão lhe ajudando.
Estão intrometendo-se (sentimento de intrusão). O propósito principal não é
ajudar a você, mas sim estão ajudando a si próprios. Eles regozijam-se em
ajudar. E usam você para satisfação própria. Havia um santo famoso na França,
seu nome era Vincent. Ele fundou muitos institutos para ajudar pessoas pobres.
E um dia contou a um amigo: "se te desejam ajudar, tome cuidado!". Vocês podem
observar isto. Se uma pessoa esta muito doente, próxima de morrer. As pessoas
se preocupam acerca de tal pessoa. E esta pessoa moribunda, deve tomar cuidado
com esta preocupação dos outros acerca dela. Eles ajudam porque não podem encarar/enfrentar sua
doença e sua morte próxima. Eles encobrem seu medo da morte, por meio da ajuda.
Muitos ajudantes profissionais ajudam demais. De uma certa forma, muitos ajudantes
se comportam como se pudessem mudar o destino da pessoa. E desta maneira eles
se comportam como crianças. Crianças, crianças pequenas especialmente, querem
fazer todo possível, para salvar sua mamãe ou seu papai. Nos podemos ver isto
nas Constelações Familiares. Eles querem tomar o destino da mamãe ou do papai,
para si. E as vezes dizem: "melhor eu adoecer do que você, querida
mamãe!". Ou as vezes dizem: " É melhor que eu morra, que você minha
querida mamãe!". Mas todas estas tentativas de salvar aos pais, fracassa.
E isto é uma experiência muito sofrida. Mas eles não desistem. Quando estão
adultos, querem ajudar outras pessoas, assim como queriam ajudar seus pais
quando eram crianças. Então saem a procura de pessoas que precisam de sua
ajuda. Então fazem como crianças. Estabelecem uma relação muito estranha entre
ajudador e ajudado. Se você olha para isto, qual destes dois, ajudador ou o
cliente, está no comando? Quem se comporta como uma criança? E quem precisa se
comportar como um papai ou uma mamãe? O ajudador se comporta como uma criança.
E esta relação, esta relação terapêutica, irá fracassar. A ineficácia desta
relação terapêutica pode ser percebida quando verificamos quanto tempo este trabalho
levou. Algumas pessoas vão a terapia por treze anos e qual é o resultado? Elas
desperdiçaram sua vida. Ajudar desta maneira é irresponsável. Por isto para
poder ajudar a primeira coisa que devemos fazer é abrir mão de ajudar aos
nossos pais. Nós olhamos para nosso pai e nossa mãe, e dizemos: "Vocês são
grandes e eu sou pequen(a)o. Honro vocês como grandes. E eu permaneço sendo
criança / pequeno(a)". Desta maneira a criança pode separar-se de seus pais e quando
crescer e tiver que ajudar outras pessoas, não precisará mais se comportar como
uma criança. E o ajudador diz ao cliente: "Você é grande, e eu sou
pequeno(a)". Ele pode dizer isto, olhando não apenas ao cliente, mas
também para além deste, para seus pais e os respeitar. Agora se falarmos das
Ordens do Amor, podemos perceber que há certa hierarquia no sistema. No sistema
familiar os pais vêm primeiro, e as crianças vem depois. Porque os pais vieram
primeiro e as crianças vieram posteriormente. Há uma hierarquia de acordo com o
tempo de entrada no sistema. Se um cliente nos procura e pede ajuda, nós
entramos neste sistema. O terapeuta e ajudador torna-se parte deste sistema.
Agora se olharmos para este sistema de acordo com as Ordens do Amor. Quem vem
primeiro? Os pais, é claro! E quem vem depois? O cliente! E quem vêm por último? O
ajudador. Agora muitos ajudadores se comportam de maneira oposta, eles acham
que eles são maiores, são os grandes. Se portam de maneira superior. E em sua ordem
dizem que eles, como ajudadores vem primeiro, depois o cliente, e em último
lugar, vem os pais do cliente. Assim todo o sistema vira de ponta cabeça. Esta ajuda vai
fracassar. Muito do aprendizado que fazemos aqui consiste em perceber quando
pegamos o lugar errado, equivocado, quando queremos ajudar. E ajudar no lugar
onde temos maior força para ajudar."
Tradução livre do inglês por René Schubert
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