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22/01/2017

A arte da Ajuda - Ordens da Ajuda - Bert Hellinger



The Art of Helping - Conferência de Bert Hellinger

"Bert Hellinger: Bom dia! Nos podemos começar com o trabalho. E de inicio gostaria de dizer algo sobre as Ordens da Ajuda. Ou talvez, melhor dizendo, a arte da ajuda. Agora todas as pessoas na verdade são capazes de ajudar outras pessoas. Você pode perceber isto quando nós nos perdemos em nosso caminho, e perguntamos "Qual a rua correta?", as pessoas se disponibilizam imediatamente para dizer-lhe. As pessoas gostam de ajudar. E quando alguém esta em uma verdadeira necessidade e pede ajuda. Nos gostamos de ajudar. Tanto quanto nos é possível. Agora a maior ajuda de todas, é claro, a de nossos pais. Pais querem ajudar seus filhos. E filhos, como regra, podem confiar totalmente à ajuda de seus pais. Quando ajudamos a outros. Nos sentimos bem. Se ninguém precisa de nossa ajuda. Nos sentimos solitários. Ajuda mutua nos conecta. Isto é a ajuda no dia a dia. Agora quando quisermos ajudar de maneira profissional. Devemos nos portar de outra maneira. E aqueles que não são profissionais, podem aprender muito, se souberem acerca da boa ajuda profissional. A boa ajuda pressupõe que você respeita a pessoa a qual deseja ajudar. E muito frequentemente, quando você tem uma necessidade, e você a expressa, e as pessoas correm para lhe ajudar, você sente-se incomodado, muito frequentemente. Pois elas não estão lhe ajudando. Estão intrometendo-se (sentimento de intrusão). O propósito principal não é ajudar a você, mas sim estão ajudando a si próprios. Eles regozijam-se em ajudar. E usam você para satisfação própria. Havia um santo famoso na França, seu nome era Vincent. Ele fundou muitos institutos para ajudar pessoas pobres. E um dia contou a um amigo: "se te desejam ajudar, tome cuidado!". Vocês podem observar isto. Se uma pessoa esta muito doente, próxima de morrer. As pessoas se preocupam acerca de tal pessoa. E esta pessoa moribunda, deve tomar cuidado com esta preocupação dos outros acerca dela. Eles  ajudam porque não podem encarar/enfrentar sua doença e sua morte próxima. Eles encobrem seu medo da morte, por meio da ajuda. Muitos ajudantes profissionais ajudam demais. De uma certa forma, muitos ajudantes se comportam como se pudessem mudar o destino da pessoa. E desta maneira eles se comportam como crianças. Crianças, crianças pequenas especialmente, querem fazer todo possível, para salvar sua mamãe ou seu papai. Nos podemos ver isto nas Constelações Familiares. Eles querem tomar o destino da mamãe ou do papai, para si. E as vezes dizem: "melhor eu adoecer do que você, querida mamãe!". Ou as vezes dizem: " É melhor que eu morra, que você minha querida mamãe!". Mas todas estas tentativas de salvar aos pais, fracassa. E isto é uma experiência muito sofrida. Mas eles não desistem. Quando estão adultos, querem ajudar outras pessoas, assim como queriam ajudar seus pais quando eram crianças. Então saem a procura de pessoas que precisam de sua ajuda. Então fazem como crianças. Estabelecem uma relação muito estranha entre ajudador e ajudado. Se você olha para isto, qual destes dois, ajudador ou o cliente, está no comando? Quem se comporta como uma criança? E quem precisa se comportar como um papai ou uma mamãe? O ajudador se comporta como uma criança. E esta relação, esta relação terapêutica, irá fracassar. A ineficácia desta relação terapêutica pode ser percebida quando verificamos quanto tempo este trabalho levou. Algumas pessoas vão a terapia por treze anos e qual é o resultado? Elas desperdiçaram sua vida. Ajudar desta maneira é irresponsável. Por isto para poder ajudar a primeira coisa que devemos fazer é abrir mão de ajudar aos nossos pais. Nós olhamos para nosso pai e nossa mãe, e dizemos: "Vocês são grandes e eu sou pequen(a)o. Honro vocês como grandes. E eu permaneço sendo criança / pequeno(a)". Desta maneira a criança pode separar-se de seus pais e quando crescer e tiver que ajudar outras pessoas, não precisará mais se comportar como uma criança. E o ajudador diz ao cliente: "Você é grande, e eu sou pequeno(a)". Ele pode dizer isto, olhando não apenas ao cliente, mas também para além deste, para seus pais e os respeitar. Agora se falarmos das Ordens do Amor, podemos perceber que há certa hierarquia no sistema. No sistema familiar os pais vêm primeiro, e as crianças vem depois. Porque os pais vieram primeiro e as crianças vieram posteriormente. Há uma hierarquia de acordo com o tempo de entrada no sistema. Se um cliente nos procura e pede ajuda, nós entramos neste sistema. O terapeuta e ajudador torna-se parte deste sistema. Agora se olharmos para este sistema de acordo com as Ordens do Amor. Quem vem primeiro? Os pais, é claro! E quem vem depois? O cliente! E quem vêm por último? O ajudador. Agora muitos ajudadores se comportam de maneira oposta, eles acham que eles são maiores, são os grandes. Se portam de maneira superior. E em sua ordem dizem que eles, como ajudadores vem primeiro, depois o cliente, e em último lugar, vem os pais do cliente. Assim todo o sistema vira de ponta cabeça. Esta ajuda vai fracassar. Muito do aprendizado que fazemos aqui consiste em perceber quando pegamos o lugar errado, equivocado, quando queremos ajudar. E ajudar no lugar onde temos maior força para ajudar."

Tradução livre do inglês por René Schubert

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