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28/04/2020

Tempo de parar, respirar, reinventar-se…





“O passo decisivo para o crescimento é quando alguém de repente se encontra diante de sua impotência, olho no olho, e assume: aqui sou pequeno”
Bert Hellinger


Susto. Desorganização. Impotência. Incerteza. Conflito. Dúvida. Receio. Descontrole. Pânico. Histeria. Terror. Medo. Raiva. Escárnio. Arrogância. Prepotência. Mentira. Negação. Barganha. Tristeza. Riso nervoso. Paranoia. Isolamento. Crise. Ansiedade. Desespero. Vulnerabilidade. Conversa. Coragem. Troca. Solidariedade. Altruísmo. Empatia.
Possibilidades…
Sentiu algo assim nos últimos dias?
Nas últimas semanas?
Assistindo à TV ou colado nas mídias sociais?
Em conversas de corredor de apartamentos trancados ou fake news de grupos de amigos virtuais?

Na quarentena sozinha em sua casa?
Nas rápidas visitas aos supermercados?
No isolamento em seu apartamento com familiares, filhos?

Pensando na antiga rotina, no trabalho, nos familiares distantes?

São sensações, emoções, reações, manifestações comuns ao ser humano. Principalmente diante de uma grande mudança. O novo angustia, assusta. O novo não traz dicas, não traz receitas, não prepara… Ele se faz e nos obriga a mudar.

A pandemia fez o mundo mudar. Rapidamente. Certas coisas foram muito ruins, e estão sendo processadas. Outras, até que trouxeram benefícios. Coisas esquecidas, afastadas, deixadas. Relembradas, encontradas, realocadas. Obrigou-nos a um afastamento do meio social. Talvez, a um recolhimento. Algo pequeno. Algo invisível. Parou o mundo. Fez alguns pararem de respirar.

O que precisa ser visto?
O que precisa ser revisto?
O que precisa ser ponderado, refletido, elaborado, em mim, para mim, de mim?

O que precisa ser cuidado?
Quem precisa ser cuidado nesta imensidão sistêmica, interdependente e interconectada que é a humanidade?

É tempo de revisão. Tempo de introspecção. De parar e olhar. Respirar conscientemente. Sentir o corpo no aqui e agora. Descobrir novas formas de se conectar e estar em contato. Reparar. Reorganizar. Adaptar-se. Cuidar do que havia antes. Deixar o que se perdeu ir, para que o novo possa ter seu lugar. Neste novo que se impôs, meu consultório tornou-se virtual. Recebo pessoas que coloridamente se movimentam por detrás de telas de vidro.

Distantes. Com seus dramas, conflitos, afetos e vida. Por vezes, a conexão cai. A morte está sempre presente, claro, onde há vida, a morte está próxima. O intervalo. Ela é o limite, a fronteira, que dá cor e sentido ao percurso desta caminhada. Entre a inspiração e a expiração, tantas coisas acontecem, neste breve intervalo. Busco novamente a conexão. Olho no Olho. Ouvido com ouvido. Toques, por hora, melhor mais para frente! Mas nosso alcance. Comunicar-se, conectar-se, adaptar-se. Conectados. Nas mídias, celulares e tecnologias. Usamos o recurso que temos ao

Lembrando que nossos ancestrais, por quantas pandemias, dificuldades, guerras e doenças passaram e nós, aqui, somos os representantes de sua vitória. O milagre da vida. A vida segue. Estamos vivos. Temos recursos. Temos uns aos outros. Seguimos em frente...


Reflexão do psicoterapeuta René Schubert para a Coluna de
Abril de 2020 no Jornal ZEN.
Para Escutar - Rádio Sistêmica - Movimento Sistêmico - No Spotify
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