Este breve texto foi elaborado pelo psicoterapeuta René Schubert para módulos de treinamento e palestras voltados para Terapia Sistêmica Familiar, Constelação Familiar, Ferramentas e recursos clinicos para atendimentos individuais em Consultório ou com grupos em workshops.
Qual
a nossa origem? De onde viemos?
Em
uma resposta objetiva e direta, de nossos pais! E a partir deles temos muitas
informações sobre nós mesmos. Somos geneticamente o que somos pela união feita
entre nossos pais. Ou seja, temos um genótipo e um fenótipo, um código gênico
que determina diversas características que apresentamos hoje e algumas que
ainda irão se apresentar. O orgânico se mostra como fator primeiro, em seguida
virão as nossas interações com o meio externo, eventos e situações. Podemos de
forma didática dizer que recebemos 50% do que somos de nossa mãe e 50% de nosso
pai.
Em
consultório é interessante observar o seguinte fenômeno: por vezes o cliente
tem algumas informações sobre sua origem, por vezes a desconhece em diversos
aspectos fundamentais. Por isto em psicoterapia sabemos da importância de
investigar e por vezes construir, dar significado, reconstruir, elaborar
juntamente com o cliente sua estrutura, história e origem familiar. Há fatos
relevantes em nossa história de origem e sequência posterior e em informações e
dados de como isto foi se sucedendo.
Trazer
estes fatos a tona e à consciência auxiliam muito o cliente em sua localização e atuação na sua
estrutura familiar. São informações que atuam a serviço do cliente e de seu
sistema familiar de uma boa forma. Em um trocadilho “saber é poder” seria como
o cliente apoderar-se de si mesmo por conta de sua história e estrutura
familiar. Por vezes utilizamos para isto como ferramenta clínica ou recurso
terapêutico o chamado Genograma.
Definição
de genograma: “Informa de maneira completa e objetiva os dados de uma
determinada família, fazendo de forma realista uma revisão do passado familiar
e dos potenciais problemas de saúde, assim como fornece informações ricas sobre
os relacionamentos, incluindo ocupação, religião, etnia e migração”.
O
Genograma é uma ferramenta clínica provinda da Terapia Sistêmica Familiar e foi
idealizado pelo psiquiatra norte americano Murray Bowen, aproximadamente em
1954.
Desta
maneira, o genograma é a representação gráfica da família. Neste são
representados, descritos, colocados os diferentes membros da família, o padrão
de relacionamento entre eles e as suas principais características, referências,
doenças, eventos ou episódios marcantes. Podem ser acrescentados dados como
ocupação, hábitos, escolaridade e evidentemente fatos relevantes da família,
entre outros, de acordo com o objetivo e temática principal do Genograma. Esta
demonstração gráfica da situação permite que o indivíduo pare e reflita sobre
os vínculos e a dinâmica familiar, os problemas mais comuns que o atingem e
afligem e o enfrentamento destes pelos membros da família.
“Com
o recurso do Genograma vêm as informações junto com as emoções relacionadas a
cada pessoa, vínculo, história... é um recurso rápido para alcançar camadas
profundas do sistema familiar de nosso cliente. Pontual para visualizar o
sistema e estrutura familiar do cliente e quais associações este processo
traz" Dra. Ursula Franke Bryson
É do
pensador Edmund Burke a frase: “Um povo que não conhece a sua história está
condenado a repeti-la” que posteriormente é parafraseada por Bert Hellinger
como: "Aquele que não conhece a própria história tende a repeti-la".
Funcionalmente
o Genograma atua como ferramenta de investigação e reflexão da estrutura e
histórico familiar e pode trazer muitos benefícios no sentido de
autoconhecimento, consciência, diferenciação e formas de ação e comunicação
dentro do sistema familiar.
Apesar
de ser uma ferramenta clínica muitas vezes utilizada para investigação e para
fins terapêuticos por profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos,
fisioterapeutas, entre outros) muitas vezes pessoas interessadas ou curiosas em
relação à sua própria história de vida e histórico familiar vão utilizar esta
representação gráfica para fazer o levantamento e estudo transgeracional ou
árvore genealógica.
Árvore
genealógica é um histórico de certa parte dos antepassados de um indivíduo ou
família. Trata-se de uma representação gráfica genealógica para mostrar as
conexões familiares entre indivíduos, trazendo seus nomes e, algumas vezes,
datas e lugares de nascimento, casamento e morte, além de fotos.
Estas
são formas de pesquisa e estudos de nossa história de origem e desenvolvimentos
anteriores e posteriores. Um estudo acerca de nosso legado. Como uma linha do
tempo, e do espaço, no sentido de lugar, dos nossos familiares e de nos
mesmo(a)s como lugar e história.
Utilizando
estas ferramentas podemos verificar e desvelar certos padrões de crenças,
motivações, comportamentos, palavras e frases típicas, repetições, evidências e
fatos antes ocultos, misteriosos e/ou perigosos que influenciam nossa vida
direta ou indiretamente.
Referências para pesquisa sobre o assunto:
Atendimento
Individual em Constelação Familiar - Dra. Ursula Franke-Bryson - Transcrição de
treinamento de 2017 -
http://aconstelacaofamiliar.blogspot.com/2017/07/atendimento-individual-dra-ursula.html
Departamento
de Atenção Básica - Genograma familiar – Vídeo de Youtube -
https://www.youtube.com/watch?v=8ugbsSyYgVc
Genograma:
a representação gráfica da estrutura familiar – Vídeo de Youtube (2019) -
https://youtu.be/TtG5tdRB53Q
Genograma:
Árvore da vida - René Schubert para o site Movimento Sistêmico (2019) -
https://www.movimentosistemico.com/post/genograma-árvore-da-vida
Sites
para pesquisas genealógicas e construção da arvore genealógica:
FamilySearch
- https://www.familysearch.org/pt/
MyHeritage
- https://www.myheritage.com.br/
Genera
- https://genera.com.br/
Ancestry
- https://www.ancestry.com/
Genograma: a representação gráfica da
estrutura familiar - Neste vídeo o psicólogo René Schubert faz uma sucinta
explanação acerca da ferramenta clínica utilizada em saúde mental chamada de
Genograma:
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