“Querida Mãe,
Você é uma mulher comum, assim
como milhares de outras mulheres. Amo você assim, como mulher comum. Como
mulher comum você encontrou o meu pai. Ele também é comum. Vocês se amaram e
decidiram passar a vida inteira juntos. Casaram-se, isto também é comum, e se
amaram como homem e mulher, profundamente. Fui gerado através desse amor
profundo. Sou um fruto do amor de vocês. Vivo, pois vocês se amaram – muito
comum.
Esperaram por mim durante nove
meses, com esperança e aflições, perguntando-se se as coisas caminhariam bem
para vocês e para mim.
Sim, querida mamãe, então você me
pariu com dores e tormentos. Assim como outras mães têm os seus filhos. Então,
eu estava aqui.
Vocês olharam para mim e se
olharam. Estranharam: este é o nosso filho? E disseram sim para mim. Sim, você
é o nosso filho e nós somos seus pais. Tomamos você como o nosso filho. Então
me deram um nome através do qual me chamam, deram-me o seu nome e disseram a
todos: este é o nosso filho, pertence a nós.
Vocês me nutriram, educaram e
cuidaram de mim durante muitos anos. Sempre pensaram em mim. Preocupavam-se e
se questionavam sobre as minhas necessidades. Deram-me muito.
Os outros, assim como eu, também,
às vezes, diziam que vocês tinham falhas, que não eram perfeitos e que deveriam
ter sido diferentes. Mas assim, da forma que vocês foram, foram certos para
mim. Somente por terem sido da forma que foram, tornei-me quem sou. Para mim,
tudo estava certo. Eu lhe agradeço, querida mãe, eu lhe agradeço, querido pai.”
Agora, o mais importante:
“Liberto você, querida mãe, de todas as minhas expectativas e exigências que
superam o que se pode esperar de uma mulher comum. Recebi suficientemente e já
basta. Obrigado. Libero você, querido pai, de todas as minhas expectativas e
exigências que superam o que se pode esperar de um homem comum. Eu lhe
agradeço.”
Bert Hellinger
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