Recentemente foi publicado no veículo de notícias Hypescience
um artigo abordando a temática da Atração sexual genética, que é definida como “o incesto entre parentes próximos, tais
como irmãos ou meio-irmãos, pai e filhos, ou primos de primeiro e segundo grau
que se encontram pela primeira vez depois de adultos. O termo foi cunhado nos
EUA no final dos anos 80 por Barbara Gonyo, a fundadora do Truth Seekers In
Adoption - grupo de apoio baseado em Chicago para adotados e seus familiares de
sangue até então desconhecidos.”
Segundo pesquisas os fatores contribuintes seriam: “As pessoas tendem a selecionar companheiros
que são como si mesmas, o que é conhecido como acasalamento preferencial. Isso
é válido para aparência física e traços mentais. As pessoas comumente
classificam rostos semelhantes aos seus próprios como mais atraentes,
confiáveis do que a média. A hereditariedade produz semelhança física e mental
substancial entre parentes próximos. Interesses comuns e traços de
personalidade são comumente considerados desejáveis em um companheiro. A
hereditariedade dessas qualidades é uma questão de debate entre natureza e
nutrição, mas as estimativas são de que o QI é aproximadamente 80% herdável e
os 5 grandes fatores psicológicos cerca de 50% herdáveis. Estes dados são para
adultos em países ocidentais.Pelas razões acima, presume-se que a atração
sexual genética ocorre como uma conseqüência de parentes genéticos que se
encontrarem depois de adultos, tipicamente como conseqüência da adoção. Embora
esta seja uma rara conseqüência de reuniões adotivas, o grande número de
reuniões adotivas nos últimos anos significa que um maior número de pessoas são
afetadas. A atração sexual genética é rara entre as pessoas criadas juntas na
primeira infância devido a uma cunhagem sexual "reversa" conhecido
como o Efeito Westermarck, que dessensibiliza as partes.” (Fonte: Wikipédia).
Esta temática é provocativa e movimenta tanto questões morais e sociais como também posturas e dinâmicas culturais. A questão da relação sexual entre parentes, pessoas da mesma família é amplamente discutida e muitas vezes vista como criminosa ou aberrante para muitas religiões e crenças. Sigmund Freud chega a abordar a questão do ponto de vista da psicanálise refletindo tanto a moral social como instintivo de sobrevivência em seu livro Totem e Tabu (1913), onde descreve como muitas culturas antigas desenvolveram suas primeiras "leis" e regras de convívio social no sentido de impedir, proibir o incesto e relações sexuais consanguíneas.
Esta temática surgindo à tona novamente no tecido social abre o espaço de reflexão e debate tanto das regras sociais, ritos de passagem, estrutura e dinâmica familiar, comportamento saudável e patológico, relacionamentos e vínculos afetivos, Moral, Lei, Ética e Instinto.
Agora seguindo para o artigo postado na Hypescience, em
Janeiro de 2015 editado por Gabriela Mateos:
No final dos anos 80, a fundadora de um grupo de apoio a
crianças adotadas que recentemente se reconectaram com seus pais biológicos
criou o termo “atração sexual genética” (GSA, na sigla em inglês) para
descrever os intensos sentimentos amorosos e sexuais que ela viu acontecer em
muitos das reuniões do grupo.
De acordo com um artigo publicado no jornal internacional
The Guardian, os especialistas estimam que esses sentimentos, que obviamente
são tabu, ocorrem em cerca de 50% dos casos em que pais afastados se
reencontram com suas filhas adultas. Inclusive, a descobridora da GSA se sentiu
atraída por seu próprio filho que ela colocou para adoção e conheceu depois,
quando ele tinha 26 anos. Mas, nesse caso, os seus sentimentos não foram
correspondidos.
Embora a pesquisa sobre esse tema ainda seja escassa,
aqueles que estudaram GSA oferecem uma gama de possíveis explicações para esse
fenômeno, incluindo um sentimento primordial de ter sempre “pertencido” a esse
parente, um sentimento de querer experimentar o vínculo perdido durante a
infância, ou simplesmente uma proximidade esmagadora com base em semelhanças –
como encontrar um companheiro que foi projetado para você em um laboratório de
ciências.
Atração sexual genética - Incesto consensual entre pais e
suas filhas continua sendo o menos relatado dos casos, e talvez o tipo mais
polêmico dos casos possíveis de GSA (entre primos é o mais comum).
Keith Pullman, que dirige um blog sobre igualdade no
casamento, conversou pessoalmente com mais de 20 casais desse tipo e observou
que só alguns topam falar sobre o assunto, e especula que muitos temem que os
outros vão achar que a filha deve ter sido abusada durante a infância.
Claro que quando esse tipo de união resulta em uma
gravidez, as crianças que vão nascer podem enfrentar dificuldades
potencialmente graves, como resultado das implicações genéticas de incesto –
ainda que algumas comunidades online minimizem casos de gravidez para esse tipo
de relação, esclarecendo os riscos.
Entrevista: A menina que
namora o próprio pai
O que você vai ler agora é uma entrevista feita com uma
mulher de 18 anos, em que ela descreve sem papas na língua como é seu
relacionamento romântico de quase dois anos com seu próprio pai biológico, que
ela conheceu após 12 anos de afastamento.
Como era a sua família
quando você estava crescendo?
Meus pais tinham 18 anos quando me tiveram. Eles se
conheceram no colégio e eu fui concebida na noite do baile de formatura. Eles ficaram
em um relacionamento sério por cerca de seis meses, mas se separaram enquanto
minha mãe ainda estava grávida de mim. Meu pai não estava lá quando eu nasci.
Eu acho que os problemas psicológicos da minha mãe fizeram a relação nunca
realmente funcionar. Ela tem transtorno bipolar e alguns outros problemas de
saúde mental. Eles não estavam felizes e realmente não mantiveram contato
depois que eu nasci. Ela queria fazer isso sozinha. Quando ela está maníaca, é
difícil de saber o que ela vai dizer. Depois que eu nasci, ela teve um colapso
nervoso e não podia mais cuidar de mim, então eu passei a viver com meus avós
até estar prestes a completar 2 anos. Acho que isso é parte da razão pela qual
nós nunca fomos próximas: nós não fizemos vínculo quando eu era um bebê.
Você teve algum contato
com seu pai quando era criança?
Ele voltou brevemente para a minha vida quando eu tinha uns
3 ou 4 anos. Eu o via nos finais de semana até eu ter cerca de 5 anos. Ele
morava cerca de uma hora de distância de nós e meus pais constantemente
discutiam sobre visitação. Ele estava sempre dirigindo para me ver, porque
minha mãe não gostava muito dele – ela nem sequer quis conhecê-lo.
Você consegue se lembrar
do tempo que passou com seu pai quando era pequena?
Eu tenho algumas memórias. Ele me mimou bastante. Eu tinha
um armário gigante de guardar minhas bonecas Barbie e o meu próprio quarto de
conto de fadas. Era o sonho de qualquer menina. Sentávamos no quintal e
ficávamos soprando bolhas de sabão juntos, e ele me levou para o zoológico,
onde me comprou um bicho de pelúcia que eu guardei até que completasse 16 anos,
quando eu o lavei e estupidamente o coloquei na secadora, que derreteu todos os
seus pelos. Lembro que ele me deu um jogo de chá em miniatura. Esse eu ainda
tenho.
Desde então você teve zero
contato ou sequer soube dele?
Quando eu tinha uns 15 anos ele entrou em contato por
e-mail com a minha mãe dizendo que gostaria de me ver. Lembro-me claramente o
momento em que ela me disse isso. Eu disse que sentia falta dele e não me
importaria de vê-lo. Ela me perguntou como eu poderia sentir falta de alguém
que eu não tinha visto por um tempo tão longo. Mas o que eu perdi foi uma
figura paternal. Minha mãe sempre escolheu o cara errado na multidão e ela teve
dois divórcios. Eu ainda não estou realmente próxima do meu padrasto atual,
embora eles já estejam juntos há 10 anos. Por alguma razão, meu pai e eu
acabamos não nos encontrando por mais dois anos, de modo que não houve contato
algum por 12 anos – nós acabamos nos unindo de novo quando eu tinha 17.
Então, quais foram seus
sentimentos em relação a ele quando você estava crescendo? Você pensou muito
sobre ele?
Eu costumava ficar imaginando onde ele estava, o que estava
fazendo. Por que eu não tinha visto ou ouvido falar dele? O que é que a minha
mãe fez? O que ele fez? O que eu fiz? Meus problemas de abandono realmente
bateram quando eu era adolescente. Minha mãe e meu padrasto deram um tempo,
porque eles estavam brigando muito e eu chorei o tempo todo quando ele tinha
ido embora. Eu sentia falta dele, o que era estranho porque não tinha muito um
relacionamento com ele. Então me perguntei: por que eu estou chorando por
alguém que eu não estou nem perto?
Você acha que isso
desencadeou o abandono que sentia de seu próprio pai?
Sim. Acho que eu estava inconscientemente repetindo o que
eu já tinha passado.
Quantos padrastos você já
teve?
Perto do final do relacionamento meus pais tinham a minha
guarda conjunta e eu tinha um padrasto. Ele cuidou muito bem da minha mãe, mas
ela passou por uma de suas fases psicóticas mais uma vez, por isso acabou. Ela
teve outro marido que ficou louco e tentou matá-la. Ele era esquizofrênico.
Então, ela ficou com o pai do meu irmão e eles namoraram por um tempo, mas
quando meu irmão nasceu, o pai dele não queria nada com ele, então eu ajudei a
minha mãe a criá-lo. Uma vez quando ele tinha cerca de 3 anos, ela voltou com o
meu padrasto atual e teve a minha irmãzinha. Meu irmão e eu temos 9 anos de
diferença e minha irmã é 12 anos mais nova do que eu. Penso neles como meu
irmão e minha irmã, e eu também os considero como meus bebês porque eu ajudei a
criá-los.
Por que seu pai não tentou
entrar em contato com você?
Minha mãe disse que ele não queria me assumir. Mas ela era
muito controladora e me manteve em Fort Knox em condições semelhantes. Ela tem
a minha senha do Facebook desde que eu criei uma conta. Um dia, depois que eu
recuperei meus privilégios de usar o Facebook, ele me adicionou. No início,
achei que era o meu avô, porque eles têm nomes muito semelhantes. Eu pensei:
talvez o vovô seja antenado? Então eu percebi que era o meu pai. Eu estava tipo
‘Oh, meu Deus, onde você esteve? Eu não sei se eu posso chegar perto de você’.
Eu disse a ele que achava que ele estava morto e perguntei porque ele demorou
tanto tempo para entrar em contato comigo. Ele disse que estava tentando me
adicionar no Facebook fazia tempos, mas eu sempre recusava os seus pedidos. Mas
essa era a minha mãe controlando minha conta. Depois que nos reencontramos, ele
me mostrou e-mails que tinha enviado na tentativa de se conectar comigo.
O que aconteceu depois?
Nós conversamos on-line por alguns dias e descobrimos que
éramos muito parecidos. Nós gostávamos dos mesmos programas de TV – Os Simpsons
e The Big Bang Theory – e ambos gostavam de desenhar. Ele veio me ver cerca de
uma semana depois. Não dava pra acreditar que a gente não se via há 12 anos. A
ideia de ‘conhecê-lo’ parecia estranha porque éramos tão parecidos. Ele veio e
ficamos juntos por todo o dia e, em seguida, eu pedi para ir passar uma semana
com ele – ele vivia em uma pequena cidade a cerca de 30 minutos. Acho que minha
mãe sabia que eu ia me mudar e chegou ao ponto de eu ter que fugir, porque ela
era muito controladora.
Ela sempre foi assim?
Não quando eu era mais jovem. Ela estava passando por uma
fase selvagem e queria ser mais uma amiga do que uma mãe. Ela ainda estava na
casa dos 20 anos e trabalhava em um bar. Quando fiz 13 anos, ela me reprimiu em
estilo militar. Eu não tinha uma voz e eu tinha que fazer tudo o que ela pedia,
apenas para manter a paz em casa.
Você namorou quando era
uma adolescente?
Eu realmente não tive uma vida social. Fiquei muito em
casa, porque minha mãe não confiava em mim, e a maioria das pessas da minha
idade eram viciadas em heroína, por isso era difícil de encontrar amigos. Eu
morava em uma cidade tão pequena, onde não havia nada a fazer. Na quinta série
eu namorei um menino por dois anos. Mas uma noite ele ficou bêbado e fez sexo
com uma garota que acabou grávida. Ele fodeu tudo. Eu disse que tinha que ficar
com esta menina e cuidar da criança deles.
Ela acabou dormindo com um cigarro na boca e sua casa foi
incendiada, então ela deixou a cidade com a criança e nunca mais voltou. Eu o
apoiei durante isso e acabamos meio que namorando de novo, então minha mãe
encontrou cartas que havíamos escrito um ao outro sobre nossos amaços. Ela
disse que as coisas estavam ficando muito sérias e sexuais, me tirou da escola
e resolveu me educar em casa por um tempo.
Você quis fazer sexo com
aquele namorado?
Não. Eu tinha uma namorada no ensino médio que foi a
experiência sexual mais importante que eu já tive. Mas ela era muito religiosa
e cada vez que ficávamos mais íntimas ela começava a chorar e me ler os
versículos da Bíblia. Isso fez eu me sentir como se tivesse machucando ela. A
segunda vez que fiz isso, ela chorou e disse que tinha feito algo errado e ela
estava preocupada que sua avó iria descobrir. E aí eu cansei depois disso.
Cansei de choro e de leituras da Bíblia. Ela me fez chorar, porque eu me senti
tão culpada.
Como você define a sua
sexualidade?
Eu sempre me identifiquei como bissexual.
Você consegue se lembrar
de como foi o momento em que você e seu pai se reencontraram? Houve uma atração
instantânea?
Foi tão estranho e confuso. Eu estava vendo o meu pai pela
primeira vez desde sempre, mas foi também gostoso, ele é tão bonito! E então eu
estava tipo ‘o que diabos você está pensando? O que há de errado com você?’. Eu
o vi como o meu pai, mas parte de mim também foi pensando em se encontrar com
esse cara que eu tinha conversado pela internet e com quem realmente havia me
conectado, que tinha achado atraente.
Houve um momento em que
você percebeu que estava sexual e romanticamente atraída por seu pai?
Depois que eu passei cerca de cinco dias com ele.
O que aconteceu?
Ele estava morando com a namorada dele. Na primeira noite
ele dormiu no sofá e eu dormi no chão, só para ter certeza de que eu estava
bem.
Por que isso?
Dormir em novos lugares me deixa muito ansiosa, então eu
pedi para ele ficar comigo, caso eu tivesse um dos terríveis pesadelos que eu
costumava ter. A segunda noite, ele teve que dormir no sofá novamente e, em
seguida, na terceira noite eu dormi com ele no chão deitado em seu peito, nos
seus braços. Na quarta noite acabamos no chão novamente. Desta vez nós ficamos
realmente abraçados. Quando ele acordou, ficamos de conchinha. Eu não sabia
disso na época, mas depois, quando admitimos nossos sentimentos, ele me disse
que tinha tido uma “ereção matinal” e tinha ficado naquela posição para
esconder.
Você sentiu isso?
Não, eu estava dormindo e ele discretamente foi para o
banheiro.
Quer dizer que ele foi se
masturbar?
Não, ele só foi fazer xixi. Ele não queria que eu visse que
ele estava tendo uma ereção. Mais tarde naquele dia, fomos fazer compras,
porque eu tinha crescido e todos os meus shorts estavam pequenos, então eu
perguntei se ele poderia me comprar alguns novos. Eu estava experimentando e
perguntei para ele como tinha ficado. Ele disse que estava bom e eu senti como
se estivesse rolando algo a mais, mas eu empurrei-o para fora da minha cabeça.
Naquela noite, nós estávamos brincando no quarto que eu ia dormir e eu o mordi.
Ele estava usando um par de shorts de basquete e uma regata e depois que eu o
mordi eu pude ver que ele ficou todo arrepiado, dos dedos dos pés até os
ombros. Em seguida, ele beliscou minha coxa e eu tive arrepios.
Paramos e eu disse que não sabia o que estava acontecendo,
mas admitimos que tínhamos fortes sentimentos um pelo outro. Discutimos se
aquilo estava errado e, em seguida, nos beijamos. E então nós demos uns amaços,
e depois fizemos amor pela primeira vez. Isso foi quando eu perdi minha
virgindade.
Você disse para ele que
era virgem?
Sim. Eu disse a ele que eu queria que ele fosse a minha
primeira pessoa. Nós conversamos sobre como poderia ser um pouco estranho se
não desse certo. Ele também disse que se eu não me sentisse confortável em
qualquer ponto eu deveria dizer a ele.
Como foi?
Há uma razão para eu ter perdido minha virgindade com ele.
E é porque eu nunca tinha me sentido confortável com qualquer outro homem antes
dele. Ele era incrivelmente sensual. Durou cerca de uma hora e teve um monte de
preliminares. Nós dois tivemos orgasmos. Nós somos tão parecidos, por isso foi
tão fácil satisfazer sexualmente um ao outro. Por exemplo, nós dois amamos
mordidas no pescoço. Eu nunca estive em um relacionamento mais apaixonado,
amoroso e satisfatório antes.
Mesmo na primeira vez?
Porque muitas vezes não é a melhor experiência sexual…
Foi isso que eu disse! Eu tinha ouvido falar que iria
machucar então eu estava esperando a dor, mas nós dois estávamos tão cuidadosos
um com o outro. Eu acho que também foi uma boa experiência, porque a maioria
dos rapazes da minha idade só estão interessados em fazer sexo. Eu poderia
dizer que não foi o caso com ele.
Dada a diferença de idade
e de experiência, você se sentiu forçada ou coagida em algum momento?
Absolutamente não. Ele fez tudo como eu queria que ele
fizesse. Nós dois começamos aquilo e ele ficava me perguntando se eu estava
bem, não porque ele pensou que eu estava angustiada, mas porque ele queria que
eu soubesse que poderia parar em qualquer ponto. Era como qualquer outro homem
e uma mulher fazendo sexo depois de terem cada admitido seus sentimentos um
pelo outro.
Como foi depois?
Não foi nada estranho. Foi tão natural. Ele nem sequer
sentiu o tabu daquela situação. Eu senti como se tivesse acabado de fazer amor
com um homem que eu tinha me relacionado por anos.
Você achava que um
relacionamento sério era uma possibilidade?
Discutimos isso antes que fizemos sexo. Eu disse a ele que
eu estava me guardando para alguém com quem eu ficaria comprometida para o
resto da minha vida. Era importante para mim deixar claro que, se eu fizesse
amor com ele, ele estaria em um relacionamento comigo. Eu não me arrependo de
nada. Eu estava feliz pela primeira vez na minha vida. Nós nos apaixonamos
profundamente.
Você tinha sido depressiva
antes disso?
Eu tenho lutado com depressão crônica, e eu havia sofrido
bullying na escola.
Sobre o que você sofria
bullying?
Principalmente por causa do meu peso e pelo fato de eu não
ser bonita o suficiente. Mas quando meu pai e eu começamos a namorar eu me
tornei mais confiante, e é engraçado como ele faz eu me sentir muito mais
atraente.
Quanto tempo ele demorou
para terminar com aquela namorada que ele tinha?
Ele tomou o cuidado de sair imediatamente da casa da
namorada, porque sabíamos que não poderíamos ficar juntos lá. Antes dela, ele
estava com uma mulher há oito anos e ela é agora nossa companheira de quarto.
Imagine como não foi estranho nos três primeiros meses!
Você contou a ela sobre a
natureza do seu relacionamento?
Ela descobriu quando nos ouviu fazendo amor. Eu acho que
nós não percebemos o quão fino o chão do quarto era. Ela realmente não se
importou. Agora nós somos como uma pequena família. Ela me chama de filha.
Quantas pessoas sabem
sobre isso?
Ninguém do lado da família da minha mãe não sabe. Aqueles
que sabem que ele é meu pai e que estamos namorando são os pais do meu pai (que
podem ver como estamos felizes juntos e não podem esperar até que a gente tenha
bebês – sim, eles nos tratam como qualquer outro casal), a mulher que vive com
a gente, e meu melhor amigo.
Você está noiva?
Estou pensando em um casamento completo, mas não vai ser
legalmente registrado. E, pessoalmente, eu não acredito que você precisa de um
pedaço de papel para provar que você quer estar com a pessoa que você ama.
Quando você se casa, você está assinando parte de si mesmo sobre a alguém.
Vamos dizer a todos que temos a nossa certidão de casamento, mas eles não tem
nada a ver isso. Um de nossos amigos vai atuar como o celebrante.
Você vai fazer uma festa?
Você tem alguma coisa planejada?
Sim. Eu quero uma festa para representar a nossa
singularidade, então nós não vamos fazer um casamento branco. O esquema de
cores vai ser preto e roxo, e nós estamos pensando em usar tênis Converse. Ele
estará vestindo calça jeans e uma camisa agradável. Ele diz que não usará uma
gravata borboleta, mas é o meu casamento e eu estou insistindo para que ele
use. Minha melhor amiga será minha dama de honra e ela vai estar vestida de
roxo. Minha avó e avô – os pais de meu noivo – vão participar e meu avô vai me
entregar ao meu noivo. As mesas terão buquês de árvores sem folhas para
representar o nosso casamento, que será como uma árvore que cresce. Meu vestido
será preto.
Como você consegue
escondê-lo de sua mãe? É difícil manter um segredo?
Ela não mora na mesma cidade que nós e faz visitas umas
duas vezes por mês. Ocasionalmente, a gente vacila e chamamos um ao outro de
“baby” e outros nomes carinhosos na frente dela. Ela age como se houvesse
alguma coisa, mas ela não sabe o que diabos está acontecendo. Recentemente
fizemos tatuagens juntos. A minha diz: “Eu amo a minha manteiga de amendoim”,
porque eu o chamo de manteiga de amendoim. E a dele diz: “Eu amo a minha
geleia”, porque é disso que ele me chama. Que pai e filha você conhece que têm
nomes assim um para o outro, bem como tatuagens?
Você acha que você vai
dizer a ela?
Pretendemos mudar para Nova Jersey, onde podemos ficar
seguros nos termos da lei, uma vez que o incesto adulto não é ilegal lá, e
quando eu estiver por lá vou contar a todos. Vou ligar para a minha mãe e
contar que estamos apaixonados e que vamos ter filhos. Se ela quiser ver seus
netos, vamos mandar dinheiro para que ela possa vir nos ver. Antes de nos
mudarmos, eu não fico confortável em contar para ninguém da minha cidade natal.
E se alguém chama a polícia?
É isso o que a impede de
contar para ela agora?
Parte de mim acha que ela não vai dar a mínima e, em
seguida, outra parte de mim pensa que ela vai querer nos caçar e colocar a
polícia no meio para nos prender e jogar a chave fora. Ela é muito
imprevisível, então eu não sei como ela vai reagir.
E a sua irmã?
Tenho a sensação de que ela já sabe. Nós somos tão próximas
que sempre pegamos no ar as emoções de cada uma. Quando éramos mais jovens e eu
estava triste, ela vinha rastejando para a minha cama para me confortar. Tenho
notado que ela se refere ao meu pai como se referia ao meu ex-namorado. Ela
costumava chamá-lo de “seu pai”, mas agora ela usa seu nome. Mas eu quero dizer
a ela, porque ela é muito importante para mim. Se não fossem as questões legais
eu diria a todos. Não parece certo esconder dela, mas eu tenho que fazer isso
para manter meu relacionamento seguro.
Então, vocês vão ter
filhos ou vão adotar?
Nós vamos ter filhos juntos.
Você vai dizer a seus
filhos que o pai dele é seu pai também e seu avô deles?
Nós decidimos que provavelmente não. Eu não quero dar-lhes
quaisquer problemas.
Você se sentiria
confortável em manter um segredo tão grande?
Isso é algo que eu vou ter que descobrir.
Você se preocupa com os
potenciais problemas genéticos associados a ter filhos com seu pai biológico?
Não. Eu não correria o risco de ter um filho, se eu
pensasse que poderia ser perigoso. Eu fiz minha pesquisa. Todo mundo pensa que
as crianças nascidas em relações incestuosas definitivamente terão problemas
genéticos, mas isso não é verdade. Isso acontece quando há anos de
consanguinidade, como com a família real. Incesto tem acontecido desde que os
seres humanos existem. Todo mundo só precisa lidar com a ideia, contanto que
ninguém se machuque ou seja pressionado ou forçado a qualquer coisa.
Há tantas pessoas que têm crianças que passam por problemas
de saúde, pessoas com diabetes ou problemas de saúde mental, ou até AIDS. Minha
mãe foi autorizada a ter filhos e tanto ela quanto sua mãe são bipolares. Minha
pesquisa me diz que o único risco genético real é a pressão arterial elevada, o
que é controlável. Acho que as pessoas só se preocupam com isso porque eles
olham para os problemas genéticos que ocorreram quando o incesto vem
acontecendo geração após geração. Eles dizem: bem, olhe para o rei Henrique
VIII, mas ele tinha problemas genéticos só porque o incesto estava acontecendo
em sua família por muitos anos.
A dinâmica da relação
pai-filha faz parte de sua vida sexual?
Normalmente não, mas apareceu algumas vezes quando um de
nós deixa escapar “bebê” ou “papai” ou algo assim. A última vez que isso
aconteceu, nós dois levantamos e deixamos de fazer o que estávamos fazendo. Nos
pegou desprevenidos.
Como é saber que seu noivo
já namorou sua mãe e teve relações sexuais com ela?
Isso foi há muito tempo. É realmente apenas o mesmo que
pensar sobre o seu namorado fazendo sexo com uma ex-namorada qualquer. Eu não
convivi com eles enquanto eram um casal.
Você acha que vocês têm
algo especial que outros casais não têm?
Eu acho que nós temos uma relação melhor do que qualquer
casal que eu já conheci, porque a nossa ligação é muito forte. Eu me sinto tão
próxima dele e tão apaixonada por ele. Estamos há quase dois anos juntos e com
o sentimento de que estamos nas primeiras semanas. Todo mundo diz que somos o
casal mais bonito que eu já viram. Ele foi meu par no baile de formatura.
Você chama ele de pai
alguma vez?
Quando eu preciso do meu pai, eu digo: “Ei, pai, eu preciso
de você”. E então ele não vai ser o meu noivo ou o meu namorado, mas sim meu
pai.
Você já pensou sobre o que
aconteceria se vocês se separassem?
Eu sinceramente não sei o que eu faria. Minha vida viria a
uma paralisação completa. Eu não seria feliz ou confiante, e eu não sei como me
expressar da maneira que eu faço quando estou com ele. Se as pessoas
descobrissem sobre nossa relação, ele provavelmente seria preso. É tipicamente
o homem que é preso quando há um caso de incesto.
Como você cresceu sem ele
e não sabia onde ele estava por tanto tempo, você não se preocupa que, se vocês
se separassem, perderia tanto o seu noivo quanto seu pai?
Nós tivemos essa conversa, e eu tenho problemas de
abandono. Por exemplo, quando nós brigamos uma vez e ele saiu para fora de casa
na hora da discussão e eu lhe disse: “Por favor, não vá lá fora, porque a
última vez que alguém teve uma discussão em minha casa e foi embora nunca mais
voltou”. (Esse foi um dos meus padrastos.) Ele prometeu que, se qualquer um de
nós decidir que o relacionamento não está mais funcionando, ele ainda vai
querer estar presente em minha vida como o meu pai.
A grande diferença de
idade é um problema?
Eu odeio pessoas imaturas, eu não suporto drama, e eu quero
bater na maioria dos adolescentes, porque eles agem como se tivessem 5 anos. Eu
me sinto como uma pessoa de 37 anos presa no corpo de um jovem de 18 anos de
idade.
O que você gosta mais
nele?
Eu posso ir até ele com qualquer coisa e ele vai me ouvir e
me dar bons conselhos. Ele me ajuda a corrigir meus problemas. Eu amo tudo
sobre ele, mas a proximidade extrema e a ligação especial é o que eu realmente
valorizo – a maioria das pessoas não tem isso. Desde o início nós somos
confortáveis um com o outro por sermos muito abertos e próximos, porque somos
muito parecidos. Eu nunca me senti tão perto de ninguém.
Que tipo de coisas que
vocês têm em comum?
Nós dois gostamos de ficar ao ar livre e nos interessamos
em coisas artísticas, como fotografia e pintura. Nós dois temos um amor extremo
por animais – temos cinco cães e gostamos do campo e atividades com cavalos. A
nossa comida favorita é frango, nosso segunda comida favorita é peixe. Nós dois
gostamos de computadores e videogames. Nós dois queremos uma grande família.
Fisicamente, ele é seu
tipo?
Definitivamente. Ele é alternativo e tem piercings e
tatuagens.
Você são fisionomicamente
parecidos?
Eu acho que não. E acho que as pessoas apenas nos veem como
namorado e namorada mesmo. Eu acho que nós temos estruturas ósseas semelhantes.
Mas ele tingiu o cabelo e parece jovem para sua idade, por isso a maioria das
pessoas acha que ele está em seu 20 anos ainda.
Quanto tempo vocês passam
juntos?
A única coisa que fazemos de forma independente é ir para o
trabalho/escola. Ele trabalha com pequenos concertos e estou estudando
cosmetologia, mas fora isso estamos juntos o tempo todo.
Qual é a sua resposta para
as pessoas que simplesmente não podem entender a natureza do seu
relacionamento?
Eu só não entendo por que eu estou sendo julgada por ser
feliz. Somos dois adultos que tiraram um ao outro de lugares sombrios. As
pessoas precisam pesquisar incesto e GSA, porque eu não acho que elas entendem
como muitas vezes acontece.
O que você diria para as
pessoas que podem pensar que este é um relacionamento abusivo, que ele é seu
pai e você ainda é uma adolescente?
Quando você tem 18 anos você sabe o que quer. Você é um
adulto sob a lei e é capaz de consentir. Eu posso cuidar de mim mesma. Eu não
preciso de proteção. Se eu estivesse em uma situação onde eu precisasse sair eu
o faria. Eu não tenho medo de me defender. Minha mãe me ensinou autodefesa,
quer se trate de agredir alguém no olho com uma escova de rímel ou chutar um
homem no meio das pernas, e ela teve o cuidado de me ensinar sobre toques
inapropriados também. A partir de uma idade muito jovem, ela me disse para não
ouvir as coisas clássicas que um abusador pode dizer, como quando eles dizem
para você manter isso em segredo, ou que eles vão matar você ou sua família.
Por que ela se concentrou
tanto em te defender de abuso sexual?
Seu padrasto abusou sexualmente dela e sua mãe não sabia
disso até que eles se separaram, porque ela estava com muito medo de contar a
alguém.
Você já foi abusada
sexualmente quando era mais jovem?
Não, e meu pai me disse que o pensamento de se envolver
comigo quando eu era pequena era terrível para ele. Uma vez, quando eu tinha
uns 4 anos, estava em um carrinho de golfe e o marido da minha mãe me tocou na
parte interna da perna. Não foi superagressivo, mas eu me senti muito
desconfortável com isso. Eu disse ao meu pai e ele chamou a minha mãe e eles me
levaram para um hospital infantil para me examinar. Não havia sinais de abuso.
Você desconfiava dos
homens quando estava crescendo?
Sim, porque eu sempre soube do que eles são capazes.
Você acha que é por isso
que você não namorou um monte de homens?
Foi e não foi. Não havia um monte de gente que me chamasse
a atenção, por um lado, e eu realmente não queria perder a minha virgindade com
alguém que eu não pudesse garantir que estaria para sempre comigo. Meu primeiro
beijo foi com meu namorado, aquele que durou dois anos. Sempre foi importante
para mim que fosse sério. Eu cresci sem um pai e minha mãe teve um monte de
parceiros diferentes. Eu não quero isso para os meus filhos. Eu quero que eles
estejam em um lar feliz e estável com duas pessoas que se amam.
Fontes:
What It’s Like to Date Your Dad -
http://nymag.com/scienceofus/2015/01/what-its-like-to-date-your-dad.html
Como é dormir com o
próprio pai -
https://hypescience.com/como-e-namorar-o-proprio-pai/
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