Treinamento
Internacional Avançado no Pensamento e nas Constelações Sistêmicas:familiares,
organizacionais e educacionais
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a 15 /06 – Tema: Atendimento individual
Facilitadora:
Dra Ursula Franke-Bryson (Alemanha)
Síntese
elaborada a partir das anotações feitas por René Schubert do treinamento
conduzido pela Dra. Ursula Franke Bryson com organização do Espaço Conexão
Sistêmica.
Dra. Ursula conta que logo no
começo de seu aprendizado junto a Bert Hellinger o mesmo disse algo que lhe
trouxe muito alivio em relação à sua pratica de psicoterapeuta e a demanda
trazida pelos clientes: “Eu não preciso resolver nada”. Como facilitador damos
um impulso, quem somos nós para mudar o cliente? O cliente sai muito satisfeito
quando tem acesso a uma informação, dado novo de sua historia, sistema,
biografia. Olhamos para as estruturas e verificamos se há como mudar peças
chaves na mesma.
Dra. Ursula menciona as
ferramentas e recursos que julga fundamentais para este trabalho no consultório
com Constelações Individuais em seu desenvolvimento no passar dos anos: O
genograma; O estado de presença; A consciência dos estados de gota, mar e
oceano ( Eu e o Sistema); A leitura e percepção do que o cliente traz em seu
corpo, as manifestações corporais (Transe familiar, Trauma e o estado de
Presença); as imagens internas e imaginação do cliente – caminhar junto com ele
e com o que se mostra.
Reflexões
copiadas da fala de Dra. Ursula Franke Bryson durante o treinamento:
"Tudo o que nós fazemos no
presente atua e pode ser acessado por toda linha ancestral. Nos atuamos neles.
Eles atuam em nós"
"A Pátria, terra onde
nascemos, é um recurso enorme. De onde o cliente veio? O que motivou a saída?
Quantos ficaram para trás e como ficaram? Quantos e como partiram? Dos que
partiram quantos ficaram pelo caminho? Qual era e qual é a comunicação troca
antes e hoje com a pátria dos antepassados e com a terra que os acolheu e
nutriu"
“Com o recurso do Genograma
vêm as informações junto com as emoções relacionadas a cada pessoa, vinculo,
história...”
"O Genograma como recurso
rápido para alcançar camadas profundas do sistema de nosso cliente"
"O Genograma como recurso
para visualizar o sistema e estrutura familiar do cliente e quais associações
este processo traz"
"Tudo o que o cliente
fala e faz, na verdade, é a melhor forma de proceder. É ele quem traz o
campo..."
"O que é adequado, o que
é necessário agora? Sim? Não? A capacidade de diferenciar é um dom!"
“Não coloco regras para os
processos no Consultório. Pergunto ao cliente. Verifico, valido junto ao
cliente. Não sei se funcionou ou “deu certo”, o cliente é quem saberá disto com
o passar do tempo”
Dra. Ursula traz uma imagem da
cultura africana: "os mortos só podem passar para o lado de lá por meio do
Rio de Lagrimas."
Reflexão de Thomas Bryson:
"Agora que eles estão mortos eles tem todo tempo do mundo..."
Dra.Ursula inicia o ultimo dia
do treinamento falando dos movimentos primário e secundário:
Primário;
natural, espontâneo e autentico. Direção
à vida e ação. Criança nasce como expressão à vida, ao sim. A expressão física
muitas vezes é movimento primário.
Secundário;
padronizado, duro, repetitivo. Negação a algo, reação. Substituição de um por
outro.
Qual movimento é meu e qual é
dos outros. Estados gota, onda e oceano. Quem sou eu e o que eu quero? O que eu
quero e o que o sistema quer?
O que acontece nos 5 primeiros
anos de vida da criança muitas vezes definirá as estruturas que o cliente
posteriormente, como adulto irá levar à terapia.
Não há estado ideal. Não há
pai e mãe ideal. O importante é o estado de presença dos pais e a postura
destes quando em contato com a criança.
A criança precisa receber dos
pais para sobreviver. O toque ajuda ao seus sistema imunológico, lhe dá
contorno e envolvimento, desenvolvendo seu Ser. Para se proterager a criança
muitas vezes recorre ao Não, ao afastamento, a retração, a substituição, aonde
verificamos a ação dos movimentos secundários. O movimento secundário na
terapia é uma resistência ao sim, uma resistência à aceitação à sua vida.
Exemplo: A pessoa fala da
morte da mãe e começa a rir enquanto relata. Tal movimento secundário é
protetivo, mas demonstra sua inadequação, dissintonia. A pessoa não consegue
liberar os afetos da perda. Elaborar o luto.
A consulta é a possibilidade
de o cliente chegar as emoções primarias. Tudo aquilo que se repete é padrão. O
antigo, a coisa velha, são emoções secundárias. A questão que colocamos ao
cliente que está em movimento secundário: Como você sente isto em seu corpo? O
que acontece no seu corpo se você se afasta? Qual o lugar bom? Qual a sensação
quando esta muito perto? Que movimento é necessário?
A família é o recurso do
cliente, mas muitas vezes precisamos verificar em qual tempo e lugar. Nem
sempre os pais são recurso, por vezes temos que evocar a figura dos avôs ou
mesmo bisavôs.
O que aparece na Constelação
Familiar não é necessariamente a verdade. Mas tal atua no espaço interno do
cliente, então é importante. A lealdade do cliente é com o seu sistema, não
como você, terapeuta. Sabemos muito pouco e isto não é necessariamente a
verdade. As Constelações familiares “possivelmente” mostram algo.
O sintoma é um indicador: Olhe
ai!
A pessoa evoca/externaliza
imagens internas, fazendo uso de ferramentas como papel, bonecos, ancoras de
solo, representantes...nós seguimos no consultório a trabalhar com a imaginação
do cliente. Tal é possível para quase todo mundo. Quando o cliente é muito
reativo geralmente e utilizam recursos concretos – como os bonecos. E, claro,
somos responsáveis pelo que evocamos em nosso cliente. Levamos ele a um estado,
talvez ao transe familiar, a uma forte reação emocional. Mas é importante que o
facilitador saiba trazê-lo de volta. De volta, consciente, presente e apto para
seguir. Como o cliente chegou, como ele saiu?
Nós, terapeutas, não sabemos,
é o cliente que sabe o que acontece, da efetividade do que tocou e o que lhe
toca. Vamos descobrir isto junto com ele durante o processo de Constelação
Familiar.
Reflexão René Schubert a
partir do que Dra. Ursula mencionou sobre os segredos e o que está oculto no
sistema familiar: "Quem procura acha"...e quando não...Talvez não
seja a hora ou nem seja para procurar...As coisas são como são e assim é!
Sempre verificar com o cliente
quais recursos ele dispõe e quais ele precisa – Há alguém que possa em seu
sistema, representar este recurso? Onde vamos achar recursos na nossa vida ou
no nosso sistema? Bem, estamos vivos, vale a pergunta, de onde vem esta força que
nos mantém vivos?
A abordagem sistêmica é muito
mais ampla que a própria ferramenta utilizada.
Colocação de Glaucia Paiva: As
vezes no procedimento de Constelação Familiar, pouco tempo depois os clientes
relatam surgir, como que ao acaso, fotos, noticias, informações envolvendo
pessoas e fatos trabalhados durante o procedimento de Constelação Familiar. E a
pergunta é como estas pessoas, situações que não sabiam da constelação familiar
entram nesta ressonância e por que? A resposta é: porque agora tem alguém para
ouvir.
Quando um cliente não tem um
problema nos não criamos um para ele.
Todas as estruturas que
manifestamos (problemas com colegas de trabalho, dificuldades com nossos
superiores, conflitos com nossos amigos e relacionamentos) provêm de nosso sistema
originário, da nossa família.
Espaço Conexão Sistêmica - Email: contato@conexaosistemica.com.br
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