"Há
algo mais a ser levado em conta. Algumas pessoas são excluídas de um sistema
porque se diz que elas não são dignas, por exemplo, alguém que é jogador ou
alcoólico, homossexual ou criminoso. Sempre que uma pessoa é excluída desta
forma, por alguns dizerem “eu tenho mais direito a pertencer do que ele ou
ela”, o sistema fica perturbado e faz pressão para que haja uma reconstrução ou
reparação do mesmo. Porque aquele que foi separado ou excluído desta maneira,
será imitado numa geração mais à frente por um descendente, sem que este se dê
conta. Este descendente vai sentir-se como o excluído se sentiu, comportar-se
como ele se comportou e frequentemente acabar como ele.
Para
isto há uma única solução. É necessário voltar a incluir no sistema aquele que
foi considerado mau e reconhecer que ele tem o mesmo direito de pertencimento
que os outros. E há que dizer-lhe: “cometemos uma injustiça contigo e sentimos
muito por a termos feito”. Imediatamente
será possível ver que é justamente da pessoa que tinha sido excluída que emana
uma força grande e positiva para os descendentes. Essa pessoa torna-se uma
espécie de patrono para eles.
Nas
constelações familiares dá-se a curiosa observação de que em relação ao bem e
ao mal, aquilo que se manifesta é geralmente o inverso daquilo que se
apresenta. Aquele que é indicado como sendo o bom frequentemente se verifica
ser o mau e aquele que é considerado o mau verifica-se que é o bom, de quem
emana uma força positiva. Por esse motivo, só é possível fazer terapia
sistêmica quando os excluídos e os maus são tomados no coração e tratados com
respeito. Estranhamente, no instante em que o faço ganho a confiança de todos
os outros membros do sistema. Instintivamente sentem confiança em mim. Contudo,
se eu me nego àquilo que ouço e digo ao cliente: agora diz ao teu pai ou ao teu
tio de uma vez por todas que ele é um canalha, ou ao pai que abusou de ti que
ele é um sujeito mau, já ninguém do sistema sente confiança no terapeuta.
As
soluções conseguem-se somente mediante o amor. Uma vez compreendidas estas
dinâmicas, a única coisa que se pode fazer é trabalhar colocando o amor a
frente"
Bert
Hellinger In “El Manancial no Tiene que Preguntar por el Camino“.
Editora:
Alma Lepik, Buenos Aires
Tradução
do castelhano – Eva Jacinto
MUITO BOM...
ResponderExcluirExcelente.
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