"Quando um filho insiste em sua exigência aos pais, não pode se tornar independente, pois sua cobrança o prende a eles.
Nossos pais não nos dão somente a vida.
Eles também nos nutrem, educam, protegem, cuidam de nós, dão-nos um lar. E é adequado que tomemos tudo isso tal como recebemos deles. Então, lhes dizemos: "Eu tomo tudo - com amor".
Essa é uma forma de
tomar que equilibra, porque os pais se sentem apreciados e respeitados e
dão com mais prazer.Se tomamos de nossos pais dessa maneira, via de
regra, é o bastante. Existem exceções que todos conhecemos. Pode não ser
sempre o que desejamos ou o quanto desejamos, mas, via de regra, é o
bastante.
Quando o filho se torna adulto, diz aos pais: "Recebi
muito, e isso basta. Eu o levo comigo em minha vida". Então ele se sente
satisfeito e rico. E acrescenta: "O resto eu mesmo faço". Também essa é
uma bela frase. Ela nos torna independentes.
A seguir, o filho
diz ainda aos pais: "E agora eu os deixo em paz". Então se solta deles.
Não obstante, ele os conserva como pais, e eles também o conservam como
filho.
Quando, porém, o filho diz aos pais: "Vocês têm de me dar
mais", o coração dos pais se fecha. Já não podem dar ao filho tanto
quanto lhe davam, nem com o mesmo prazer, porque ele o exige.
O
filho, por sua vez, ainda que receba algo, não consegue tomá-lo; caso
contrário, sua cobrança cessaria. Quando um filho insiste em sua
exigência aos pais, não pode se tornar independente, pois sua cobrança o
prende a eles.
Contudo, apesar dessa amarra, o filho não tem os seus pais, nem os pais têm o filho."
Bert Hellinger - O Amor do Espírito - Editora Atman
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