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17/03/2014

Você é um de nós - Pedagogia Sistêmica




Nestes relatos empolgantes sobre as suas experiências, a autora descreve, partindo da visão de uma professora e terapeuta experiente, como as idéias sistêmicas possibilitam basicamente um novo e eficiente aprendizado e fomentam um trabalho conjunto e criativo de alunos, professores e pais. Ao fazer isso, ela os contempla não como indivíduos isolados, senão como parte viva de suas famílias, grupos diversificados e meio-ambiente e ela mostra como seres humanos e seus meio-ambientes se influenciam e se transformam constante e mutuamente. Neste tipo de pensamento sistêmico a autora une o trabalho de Bert Hellinger sobre a força do vínculo à família de origem e outras diferentes abordagens da terapia sistêmica. Estes relatos estão baseados em exemplos práticos do dia-a-dia escolar. Sobretudo o que fascina aqui é o entusiasmo e a riqueza de idéias das crianças, com as quais elas aproveitam e transformam as ofertas e os tipos de procedimento. Também os leitores para os quais estes métodos representam um campo novo, são tomados pela força do efeito que o pensamento e a ação sistêmica libera. "Uma forma muito impressionante da utilização do pensamento sistêmico no contexto escolar. A autora empregou o instrumento sistêmico, como professora em turmas de escola com alta participação de crianças estrangeiras, como também em cursos de supervisão para professores. Seu texto convence através do acesso inovador e criativo que ela encontra também na solução de temas difíceis."

A venda pela Editora Atman:  http://www.atmaneditora.com.br/voce-e-um-de-nos.html

Depoimento de Marianne Franke-Gricksch no seu livro: “Você é um de nós": Como muitos outros professores, frequentemente me desesperava em minhas tarefas. Eu me sentia cada vez mais limitada pelas condições externas: as transformações dos alunos em direção a comportamentos consumistas e o mundo da televisão; os tipos de comportamentos ligados ao meio ambiente de onde provinham os alunos; a crescente imposição daquilo que deveria fazer parte do currículo escolar; a insistência na transmissão de conteúdo, deixando pouco tempo para o aprendizado prático; as diversas imposições da secretaria de educação (...). Nesse processo solitário em uma classe, muitas vezes, a minha auto-avaliação com relação a minhas próprias qualidades pedagógicas e de ser humano tendia para o negativo. Após 10 anos de trabalho estava exausta.
As Constelações familiares me conduziram a uma nova compreensão dos alunos. Vi como estão inseridos em suas famílias e sua lealdade a elas. Mas também reconheci as forças que empregavam constantemente para ligar sua vida familiar à escolar e percebi que essas forças poderiam ser frutíferas. Na verdade, isso acontece quando nós, professores, abrimos nosso coração às famílias, permitindo-lhes entrar em nossas salas de aula como uma presença invisível e permanente.
Gradualmente consegui ver nas crianças os representantes de suas famílias com suas leis, suas dinâmicas próprias e suas tarefas particulares. Os alunos me mostravam constantemente que estavam comprometidos de um modo profundo com suas famílias e davam inabalável prioridade a essas dinâmicas.
As crianças conseguem suportar mais facilmente a insegurança que advém desse novo campo – escola – assim como através do aprendizado em si, quando são reconhecidas por tudo o que trazem consigo. Então a escola não é uma melhor alternativa do que a vida em casa, mas um enriquecimento do que já existe. E também o respeito que nós, professores temos pela criança não é nada mais que o respeito por sua família de origem e isso também inclui o respeito pelo destino da família toda, não importando se, de nosso ponto de visto, isso atua de uma forma que fomenta ou obstrui seu desenvolvimento e sua disposição para aprender.
A melhor coisa que podemos presentear a um aluno é reconhecer seu destino tal como ele é, e isso requer de nós, professores, uma grande dose de disciplina: renunciar a querer ajudar a superar as limitações de sua família de origem.
Nós somos apenas os professores – as crianças permanecem conectadas a seus próprios destinos e famílias. Uma mudança em situações difíceis acontece quando a própria criança consegue respeitar seu próprio destino. Contudo, na maioria dos casos, permanecem emaranhadas no amor: externamente rejeitam aquilo que causa seu sofrimento e o que (inconscientemente) amam de forma incondicional.
Nas salas de aula são representadas leis familiares que são seguidas por alunos e adultos, e o simples respeito pelas famílias pode ser útil para o crescimento de um campo social e curador na classe.
O pensamento sistêmico inclui o conhecimento de que o aluno e os professores estão conectados a suas famílias de origem (e às idéias e regras desse sistema). Ser parte do sistema escola significa que a escola também faz parte de todos os sistemas familiares que estão conectados a ela ou, usando imagens, que as famílias de origem de todos os alunos e professores representam subsistemas de uma escola.
Dessa forma, as famílias atuam na escola e a escola nas famílias (..). Assim, não podemos distinguir completamente onde o "sistema família" termina e o "sistema escola" começa.
Segundo nossa noção tradicional, que nos deixa acreditar que podemos perceber o mundo do modo como ele é, consideramos família e escola como duas unidades claramente delineadas, cada uma com suas próprias regras, necessidades e tarefas. Hoje, contudo, sabemos que nenhum sistema pode ser mantido completamente independente de outro sistema e que a escola também não pode ser mantida afastada de tais fatores como televisão ou a cultura jovem existente.
Nossos alunos são os arquitetos de nosso campo e de seu mundo futuro. Assim sendo – mais do que qualquer outro campo de consciência – a escola está criando a matriz do futuro que se está formando.


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