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19/11/2013
O Retorno
"Alguém nasce dentro da sua família, da sua pátria e da sua cultura. desde criança escuta dizer quem deste contexto havia sido o modelo, o professor e o mestre, e sente um profundo anseio de ser como este.
Junta-se a pessoas com as mesmas ideias, exerce uma disciplina rigorosa durante anos e segue o grande modelo, ate que se torna semelhante a ele - pensando, falando, sentindo e tendo as mesmas vontades que ele.
No entanto, pensa ele, ainda falta algo. E, assim, empreende uma longa caminhada, a fim de, na mais longínqua solidão, talvez conseguir ultrapassar uma ultima barreira. Passa por antigos jardins, ha muito abandonados. Apenas rosas silvestres ainda florescem e altas arvores ainda dão frutos que, no entanto, caem ao chão esquecidos, pois não ha quem os queira. A seguir começa o deserto.
Logo um vazio desconhecido o cerca. Parece-lhe que todas as direções são iguais e mesmo as imagens, que as vezes ve a sua frente, reconhece logo como vazias. Vagueia como seus pés o impulsionam a frente e quando, ha muito, nao confia mais em seus sentidos ve, diante de si, a nascente. Ela brota borbulhando do chão e é, rapidamente, absorvida pela terra. Porem, nos lugares aonde chega sua agua, o deserto se transforma num paraíso.
Quando olha ao redor, vê chegar dois estranhos. Estes haviam procedido do mesmo modo. Seguiram seu modelo ate que se tornaram semelhantes a este. Tambem empreenderam uma longa caminhada para, talvez, na solidão do deserto, ultrapassar uma ultima barreira. Assim, tambem acharam a nascente. Juntos se inclinam, bebem da mesma agua e creem que ja quase atingiram sua meta. Então dizem seus nomes: "Chamo-me Gautama, o Buddha" "Chamo-me Jeoshua, o Cristo!" Chamo-me Maomé, o Profeta".
Mas ai cai a noite e, acima deles, brilham, como desde sempre, as estrelas, silenciosa e inatingivelmente longínquas. Todos emudecem e um dos três sabe que esta muito perto de seu grande modelo como nunca estivera antes. Parece-lhe que podia, por um instante, intuir o que ocorrera Aquele, quando conheceu a sensação de incapacidade, a frustração, a humildade. E como se sentiria, se também conhecesse a culpa. Parecia-lhe que O ouvia dizer: "Se eles me esquecessem, eu teria paz."
Na manha seguinte inicia o retorno, fugindo do deserto. Mais um vez, o caminho leva de passagem pelos jardins abandonados, ate que chega a um jardim que pertence a ele próprio. Diante da entrada esta um velho, como se estivesse esperando por ele. O velho lhe diz: "Quem vai tão longe e encontra como você, o caminho de volta, ama a terra úmida. Sabe que tudo que cresce também morre e quando acaba, alimenta." "SIM", responde o outro "Eu concordo com a lei da terra". E começa a cultivá-la."
( Bert Hellinger - O essencial é simples - pag. 243 e 244)
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Sou Grata. Luz, Amor e Cura. Namastê
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