"E
embora
em
nossa
mente
física
não
possamos
estar
cientes
do
motivo
do
nosso
sofrimento,
que
pode
nos
parecer
cruel
e
injustificado,
nossas
Almas
conhecem
todo
o
propósito,
e
estão
nos
guiando
para
que
tiremos
de
tudo
o
máximo
proveito."
Edward
Bach
A Constelação Sistêmica Familiar é uma abordagem fenomenológica
terapêutica fundamentada nas descobertas do pensador alemão Bert
Hellinger. A constelação familiar se baseia no uso de
representantes neutros para representar membros da família ou grupo
social do cliente e trabalhar um tema específico trazido por este
último. O tema pode envolver seu relacionamento de casal, suas
relações familiares, comportamentos persistentes e repetitivos, seu
emprego e meio profissional, um destino familiar recorrente e,
algumas vezes um quadro patológico, uma doença física ou psíquica
que marca seu corpo ou o percurso do histórico familiar.
No olhar
da terapia familiar sistêmica, trata-se de averiguar se, no sistema
familiar ampliado existe alguém que esteja emaranhado nos destinos,
escolhas, crenças, de membros anteriores desta família. Trazendo-se
a luz estes emaranhamentos, a pessoa consegue se libertar mais
facilmente deles – ela passa a ter consciência do que age no seu
sistema e a ter a opção da escolha sobre seu próprio destino. O
mesmo ocorre em uma doença grave, que pode em alguns casos
representar simbolicamente algo não solucionado no histórico
familiar, e que se manifesta em um ou mais de seus membros em
determinada geração ou seguindo o destino semelhante por algumas
gerações.
Existe
uma conexão entre doenças graves e emaranhamentos nos
destinos de membros da família. Às vezes, por meio de uma doença
manifesta-se algo que o doente não quer reconhecer, por exemplo, uma
pessoa, uma culpa, um limite, seu corpo, sua alma, uma tarefa ou um
caminho que deva seguir. A doença obriga
a mudança. Por isto, o facilitador em um
workshop de Constelações Familiares alia-se, ao motivo e ao
objetivo da doença, por exemplo, com a pessoa excluída, com a culpa
refutada, com o corpo desprezado, com a alma abandonada, com a
misericórdia e a chance que se revelam na doença. Quando isto é
colocado em ordem, o doente pode viver melhor. E ele também pode
morrer melhor, quando chegar à hora.
Há uma
dinâmica silenciosa e sutil atuando sobre todo sistema familiar, em
sua história, em seus acontecimentos, em sua cultura e linguagem
própria. Tal dinâmica atua sobre todo e qualquer sistema, e segue
leis próprias as quais Bert Hellinger observou em seu trabalho
empírico fenomenológico. Na constelação familiar, se olha para
este sistema e para a posição e postura de cada membro e como tais
interagem sobre e entre si – buscando, por meio de gestos,
reposicionamentos e falas, alcançar a leveza e ordem, perdida no
sistema.
Quando se
pode criar uma ordem na mesma, que traga leveza e reconciliação,
partindo da alma, isto também tem um efeito atenuante ou favorável
e freqüentemente até curativo sobre a doença. Isto, entretanto em
ação conjunta com muitas outras medidas, principalmente aquelas da
medicina e de outras terapêuticas. A Constelação Familiar deve ser
procurada como uma abordagem complementar, nunca como alternativa
única, principalmente em se tratando de doenças.
Freqüentemente
diz-se a um doente que a sua enfermidade é de origem psicológica.
Isto é freqüentemente vivenciado pelo paciente como uma
depreciação, pois este pensa: “se eu fosse diferente, seria tudo
melhor”. Mas não e assim, porque os emaranhamentos que agem por
trás disto são inconscientes. O impulso por meio do qual alguém
talvez se comporte de maneira destrutiva, se auto sabotando, é
totalmente inconsciente. Somente quando o emaranhamento que age em
segundo plano vem à luz, pode-se mudar alguma coisa. Na Constelação
Familiar o cliente tem a possibilidade de vivenciar e ver a cena
familiar, os posicionamentos e vínculos estabelecidos entre os
membros e temas de seu próprio sistema.
Em
doentes com câncer, por exemplo, trata-se freqüentemente
de que se exponha a gravidade da situação. A gravidade é,
naturalmente, de que se trata de uma doença mortal e que se tem que
encarar a morte. Além disto há todo o envolvimento e dinâmica
próprio, da estrutura familiar. A doença nunca age apenas sobre o
doente, ela age sobre o doente e seu sistema familiar.
Na
maioria das vezes, as doenças são vistas como algo mau do qual
queremos nos livrar. Mas, ao mesmo tempo, doenças também
são processos de cura,
principalmente para alma.
Não se pode simplesmente colocá-las de lado – exatamente algo
que foi deixado anteriormente de lado está se manifestando agora na
forma de uma doença. “Pode-se ver
que quando se admite
que uma doença possa
servir a uma causa,
talvez mais elevada, então
ela pode retirar-se. Ela
cumpriu o seu dever.
Mas deve ficar presente,
não pode ser jogada
fora. Só assim então,
às vezes, ela se
retira” Bert Hellinger (2006).
Bibliografia
utilizada:
Desatando
os laços do
destino – Bert
Hellinger. Ed Cultrix, São
Paulo, 2006
A
fonte não
precisa perguntar
pelo caminho
– Bert Hellinger. Ed
Atman, Minas Gerais, 2007
Este artigo encontra-se publicado tambem nos locais:
Jornal Alternativo / Guia da Busca / Cuidar Bem São Paulo /
Adorei a explicação, nós que bebemos na fonte das constelações familiares precisamos mesmo divulgar mais claramente o trabalho não somente para consolidar o método, mas principalmente para expandir os seus benefícios entre a humanidade. Desta forma publiquei o texto em meu próprio blog também: http://psicologiamor.blogspot.com.br/2012/06/texto-simples-e-muito-bacana-vale-pena.html
ResponderExcluirOla Lucynara, agradeço seu feedback e partilha! Tudo de bom!
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