"Quando alguém sai de uma aldeia, onde tudo é estreito e próximo, e sobe ao alto de uma montanha, descortina um horizonte cada vez mais amplo. Quanto mais alto sobe, mais solitário se torna. Apesar disso, percebe-se num contexto mais amplo que antes. Assim, na medida em que nos desprendemos do que está próximo, nós nos vinculamos a algo maior, mas o preço disso é o aumento da solidão. Daí a grande dificuldade que muitos sentem de passar de um vínculo estreito a outro novo e mais amplo. Por outro lado, toda ligação estreita força a evoluir para algo maior e mais amplo. Por esta razão, quando uma relação conjugal alcança seu ponto culminante – que é o nascimento do primeiro filho – ela perde em intimidade e ganha em amplitude. Com isso a relação se enriquece, mas a intimidade forçosamente diminui.
Ao começarem um relacionamento, algumas pessoas pensam que ficarão sempre estreitamente unidas. Mas o relacionamento é também um processo de morte. Cada uma de suas crises é experimentada como uma morte, como uma fase do nosso processo de morrer. Nesse processo, algo da intimidade se perde. Porém, num outro nível, o relacionamento ganha uma nova qualidade e fica diferente: mais relaxado, solto e amplo."
Bert Hellinger - Ordens do Amor
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