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24/01/2018

Dinâmicas transgeracionais e doença Mental - Bert Hellinger e Hunter Beaumont



Bert Hellinger e Hunter Beaumont - Seminário nos Estados Unidos da América – Postado primeiramente no canal de Youtube de Eva Jacinto no original em inglês.

Tradução livre do inglês para o português por René Schubert.

Bert Hellinger e Hunter Beaumont: Trans-generational Dynamics and Mental Illness - "Jill: Mom, I let you go."


Jill: “Mãe, eu deixo você ir” - Dinâmicas transgeracionais e Doença Mental

Jill: Eu tenho uma filha que é esquizofrênica. Ela tornou-se esquizofrênica na idade de quatorze anos. Ela agora tem quarenta e seis. Tenho outros cinco filhos e todos foram afetados por esta dinâmica familiar. Quando estamos todos juntos é muito estressante, então em feriados...
Bert Hellinger: Isto já está bom. Eu proponho iniciar colocando um representante para você e um para o seu marido.
Jill: OK.
Jill escolhe os representantes
Bert Hellinger: Coloque-as voltadas para a plateia.
Jill coloca primeiro a si mesmo em seguida coloca seu marido.
Bert Hellinger: Muito bem. Sente-se. Como você se sente (para o representante de Jill)?
Representante de Jill: Sinto que está perto demais. Como que colado. Não posso me afastar. Mas está muito próximo.
Representante do marido: Me sinto torcido por dentro. De forma estranha. Sinto que preciso ir para este lado...
Bert Hellinger: Siga (para o representante do marido). (pergunta para representante de Jill) E você?
Representante de Jill: Quero ir para este caminho.
Bert Hellinger permite que ela dê um passo à direção desejada e a para. E pede para Jill colocar a criança esquizofrênica.
Jill coloca uma representante feminina entre os representantes marido e de Jill. Criança esquizofrênica.
Bert Hellinger: É desta forma que uma criança se torna esquizofrênica. (Hellinger coloca a mão esquerda da representante da criança sobre o peito do pai e a mão direita sobre as costas da mãe).
(Bert Hellinger coloca a representante de Jill em frente ao representante do marido. A representante da criança observa de longe. Hellinger pergunta à criança como ela se sente naquele momento)
Representante da Criança: Ainda estou (..) um emaranhado em minhas mãos (..) Estou mais capaz para respirar.
(Bert Hellinger toca a representante da criança no ombro e levemente a envolve em um abraço. Isto tem um efeito sobre a distância entre os representantes de Jill e do marido)
Bert Hellinger: Diga a ela, mãe eu lhe deixo ir.
Representante da Criança para representante de Jill : Mãe eu lhe deixo ir.
Bert Hellinger: Agora eu lhe deixo ir.
Representante da Criança para a representante de Jill: Agora eu lhe deixo ir.
(Bert Hellinger pergunta a representante da criança se isto dói. A representante da criança responde que isto a assusta. E Bert Hellinger pede para ela dar alguns passos para trás e finalmente se virar, olhar para frente e seguir em frente. Hellinger a acompanha. Ela para e refere estar tremendo)
Bert Hellinger: O único lugar seguro é um Hospital Psiquiátrico.
(O representante da criança aponta para a testa e cabeça. Respiração acelerada)
Bert Hellinger: Não são lindas as Crianças? O que elas tentam fazer pelos seus pais?
Representante da criança: Eu sinto um pouco...mais segura...no momento...
Bert Hellinger: Aguarde aqui! O que está acontecendo com o pai?
Representante do marido: No começo senti muita raiva. Eu queria ir. Me senti preso a esta família. Não tinha compaixão pela minha filha. Não há calor, sentimentos paternos por ela. Havia sentidos por ela ( aponta para esposa). Você a pôs à minha frente, havia um pouco de amor ai. Mas também raiva que ela ficasse comigo. Eu queria ir, mas ela me bloqueou de  ir. Mas tem algum amor ai. Não é só...eu suponho...
Representante de Jill: Primeiro quando estava lá, eu nem sabia que tinha uma criança. Então de frente a ele, senti, ele era muito estranho para mim. Senti amor. Mas não sabia o que fazer com isto. Senti que havia uma demanda sobre mim, mas eu não sabia o como lidar com isto.
Bert Hellinger: E em relação à criança?
Representante de Jill: Senti pouca relação com a criança. De forma geral. Sem sentimentos. Não há tristeza. Não.
Bert Hellinger para a Criança Esquizofrênica: Vire-se. Vire-se e olhe em direção ao seu pai. Diga a ele: Eu deixo você ir. Agora, eu deixo você ir. Eu vou me entregar para pessoas que agora vão cuidar de mim. ( Criança repete as frases e após um tempo Bert Hellinger pede para ela se virar novamente de costas para o casal. Pergunta como ela se sente agora e a mesma diz que está um pouco melhor).
Bert Hellinger: Vamos deixar assim. Saiam de seus papeis. Obrigado.
Bert Hellinger se senta ao lado de Jill.
Jill: Em todo nascimento...Quando eu nasci, minha mãe faleceu...quando Maggie nasceu, minha avo materna morreu, e então...
Bert Hellinger: Importante é...sua mãe morreu em seu nascimento?
Jill: E, eu quase morri também...
Bert Hellinger: Isto. É isto. Você vai até sua mãe...ela está distante...claro que você não conhecia ela... 
Hunter Beaumont: Mas sua alma conhecia! Não há relação mais intima do que a de um filho e sua mãe.
Bert Hellinger: Vamos colocar vocês duas. Isto é importante para você. Escolha alguém para sua mãe. Não, eu escolherei para você
Hunter Beaumont: Fique em silencio e aberta!
Bert Hellinger se levanta e escolhe uma representante para ser a mãe de Jill. Depois coloca a própria Jill em frente à sua representante da mãe.
Bert Hellinger: Olhe para ela. Respire profundamente. E olhe para ela. Respire, com a mente aberta. Deixe os sentimentos fluírem. Vá com o sentimento. Siga. E você venha para cá novamente.
(Filha, esquizofrênica) – Bert a coloca a certa distância da mãe e da avô materna, que se abraçam.
Bert Hellinger: Agora escorregue-se para o meio das duas!
(Filha, mãe e avó materna se abraçam conjuntamente e choram)
Bert Hellinger: Permaneça mais um pouco. Abracem-se e permitam-se unir-se em alma. Como está se sentindo agora?
Filha de Jill: Melhor. Quando estive aqui antes...parecia que não tinha mãe ou pai...
Jill: Posso fazer algo?
Bert Hellinger: Mas é claro!
O mãe coloca a filha no colo e a começa a nina-la abraçando-a. Bert Hellinger traz a avô materna e pede que esta também abrace à filha e à neta.
Hunter Beaumont: Não faça isto sozinha. Agora silencie. E deixe a energia, o calor, o amor, a vida de sua mãe correr pelo seu corpo até a sua filha. Aquiete-se. Isto mesmo.
Bert Hellinger: OK. Tive um pensamento estranho. Este é o poder dos sonhos. Como está se sentindo agora?
Jill: Melhor. Melhor.
Bert Hellinger: Quero dizer algo acerca da esquizofrenia. Acho que foi demonstrado aqui como se movimenta de forma muito bela. Como se desenvolve. Como a criança se movimenta, em direção a e em oposição a, para duas diferentes pessoas e para duas diferentes tendências. E não consegue. Pobre criança. Mas esta não era a questão real. A questão real apareceu mais tarde. A questão era você e a sua mãe. Na esquizofrenia a cura pode ocorrer se for possível unir estes dois opostos. Pai ou mãe, ou avô e mãe. Como se mostrou aqui. E flui por você. Para que possamos libertar a criança. Fazer com ela como o fizemos aqui. Exatamente desta forma. E esteja ciente que a suã mãe está atrás de você. Ok? Bom!

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